terça-feira, 13 de maio de 2025

Por Que as Ovelhas Não Sobrevivem Sem o Pastor? 11/05/2025

    Sermão do Pr. Edson Azevedo, baseado em Mateus 26:31-35, proferido do púlpito da Igreja Batista da Graça em Caruaru - PE, no culto solene do domingo, Dia do Senhor, 11/05/2025.
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Por que as ovelhas não sobrevivem sem o pastor?
     Desde o nascimento, um bebê depende inteiramente dos pais, especialmente da mãe, que o alimenta, cuida e protege. Sem esses cuidados, ele não sobreviveria. Com o tempo, o bebê cresce, se torna menos dependente e, na fase adulta, já não precisa dos pais para viver. Assim acontece com os seres humanos.
     Por outro lado, as ovelhas são completamente dependentes do pastor em todas as fases da vida. Sem ele, não sabem para onde ir, como se comportar, nem reconhecem os perigos ao redor. Se o pastor as abandona, elas perecem gradualmente até desaparecerem. Da mesma forma, os crentes são comparados a ovelhas, pois precisam de Cristo, o Pastor, em todos os momentos.
CONTEXTO
     Ao sair do cenáculo e seguir para o monte das Oliveiras, Jesus advertiu seus discípulos de que, naquela noite, todos se escandalizariam com Ele, conforme a profecia. Pedro, sempre impulsivo, protestou com veemência. Em resposta, Jesus revelou que Pedro seria o mais vulnerável, pois sua autoconfiança excessiva o tornaria fraco diante da provação.
     Esse episódio destaca a total dependência que temos de Jesus, como ovelhas que necessitam do pastor. Sem Ele, não sabemos como viver ou para onde ir, pois nossa própria força é insuficiente. Apesar disso, muitos vivem na ilusão de autonomia, acreditando ter controle sobre suas escolhas e destinos, quando, na realidade, isso não passa de uma falsa percepção.
     Mesmo prestes a ser preso, Jesus ensinou aos discípulos uma valiosa lição: tudo o que Ele predisse aconteceria fielmente, causando vergonha aos apóstolos e deixando preciosos ensinamentos para aqueles que, ao longo do tempo, estariam dispostos a ouvi-Lo.
1) Porque são fracas e vulneráveis (v.31, 33-35)
     As ovelhas são fracas e vulneráveis espiritualmente. No momento da prisão de Jesus, os discípulos se escandalizaram, ou seja, perderam a fé, duvidaram do propósito divino e se decepcionaram. Isso revelou uma fé pequena e incapaz de suportar provações. Apesar dos repetidos alertas de Jesus, quando realmente precisaram de fé, não a encontraram, sucumbindo diante da adversidade.
     A profecia de Zacarias 13:7 anunciava que, ao ferirem o pastor, as ovelhas seriam dispersas. Antes mesmo da condenação e morte de Jesus, a fragilidade da fé dos discípulos já se tornava evidente. Mesmo após três anos de caminhada ao lado de Cristo, eles não fortaleceram sua fé, permanecendo espiritualmente imaturos.
     Aplicação: O crescimento na fé é essencial. Sem essa maturidade espiritual, quando a provação chegar, pode haver desânimo e afastamento da igreja e de Deus. O pecado se aproveita da fragilidade espiritual, causando grandes prejuízos. Independentemente do tempo de caminhada cristã, todos dependem de Cristo, pois nenhuma ovelha é forte por si só.
     As ovelhas também são emocionalmente teimosas e autoconfiantes. Pedro, acreditando ser mais forte que os outros, desafiou as palavras de Jesus ao afirmar que nunca o negaria. Sua soberba o levou a confrontar Deus e, por isso, Jesus previu que ele O negaria três vezes, recebendo uma punição proporcional ao seu orgulho.
     A teimosia e a falsa autoconfiança foram características de outros personagens bíblicos, como Elias, Saul e Moisés, que demonstraram força em um momento e fraqueza em outro. Pedro insistiu em sua posição e contaminou os demais apóstolos com sua incredulidade. O resultado foi a rejeição da Escritura e a negação da profecia, o que gerou zombaria no céu.
     Reflexão: A autoconfiança desmedida é fruto do desequilíbrio emocional e da teimosia. Sem sabedoria divina, os impulsos podem comprometer o testemunho cristão e envergonhar o nome de Cristo. Assim, fica evidente que as ovelhas não sobrevivem sem o pastor.
2) Porque só o pastor Todo-Poderoso pode governá-las (v.32)
     Jesus, o Pastor Todo-Poderoso, é o único capaz de governar as ovelhas. Ele venceu a morte ao ressuscitar, como havia anunciado diversas vezes. Somente Ele possui poder sobre a morte, algo que nenhuma ciência, medicina ou autoridade humana pode superar. A força da morte é imensa, vencendo sempre. No entanto, Cristo entregou Sua vida e depois a retomou, demonstrando Seu domínio absoluto.
     Esse poder não é apenas uma vitória sobre a morte, mas também uma garantia de cuidado e liderança. Jesus prometeu que, após ressuscitar, reuniria novamente Seu rebanho e os guiaria à Galileia, demonstrando que o pastor sempre conduz suas ovelhas à segurança. Enquanto os porcos são iludidos para o matadouro, as ovelhas são guiadas para verdes pastagens, águas tranquilas e, por fim, a vida eterna.
     Reflexão: Nenhum de nós sobreviveria sem um pastor tão poderoso e amoroso. Muitas vezes, tentamos exaltar nossa própria força e caímos em nossas fragilidades. Mas quando clamamos a Deus, Ele nos socorre, pois é transcendente e imanente: ao mesmo tempo o Supremo Todo-Poderoso e aquele que se inclina para o necessitado. Cristo é o verdadeiro socorro nas angústias e tribulações, o Pastor indispensável para todos.
CONCLUSÃO:
     As ovelhas, por natureza, são frágeis, medrosas e propensas ao erro, enquanto ao Pastor cabe morrer, ressuscitar, reunir e guiar Seu rebanho com Sua força infinita. Mesmo aquelas que aparentam ser fortes continuam vulneráveis sem a presença do Pastor.
     O sofrimento de Cristo na cruz pode ser motivo de escândalo para muitos. Quando enfrentamos dificuldades, onde está a confiança que declaramos ter? Nossa força frequentemente se resume a palavras, mas na realidade, todos somos dependentes de Deus. O salmista expressou essa verdade ao afirmar que seus olhos estavam postos no Senhor, assim como os olhos de um servo estão nas mãos do seu senhor (Sl 123.2). Quando desviamos nosso olhar de Deus e tentamos agir por conta própria, os prejuízos são inevitáveis.
     O verdadeiro problema não está na fraqueza, mas na falta de consciência dela. Aqueles que reconhecem sua fragilidade aprendem a confiar plenamente em Cristo, enquanto os que se julgam autônomos, sábios e fortes acabam tropeçando repetidamente, como Pedro, que, além de se escandalizar, negou Jesus três vezes.
     As Escrituras prometem consequências para os que confiam em si mesmos e consolações para os que reconhecem sua dependência do Pastor. A boa notícia é que Cristo ressuscitou e, por isso, podemos confiar que Ele caminha à nossa frente, guiando-nos no caminho certo. Mesmo quando uma ovelha se desvia, o Pastor amorosamente a busca para trazê-la de volta. Essa relação evidencia dois extremos: a força infinita de Cristo e a fraqueza infinita das ovelhas. Nós só sobrevivemos porque Cristo vai adiante de nós. Amém.

Pr. Edson Azevedo

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