A Vontade Humana e a Salvação
Enquanto a escritura enfatiza a nulidade da vontade humana, a escravidão da vontade humana, a sua inclinação para a morte, a sua incapacidade de fazer o bem que deseja, a sua capacidade de fazer o mal que não deseja, os teólogos romanos enfatizam a liberdade da vontade humana, o livre-arbítrio, e recebem o apoio em coro da ala evangélica arminiana, dos defensores da reencarnação, do islã, do budismo e de todas as religiões que há debaixo do céu. Apesar de toda essa orquestra, a infalível escritura continua dizendo que a vontade do homem está viciada e que jamais poderá se inclinar para Deus e Sua vontade.
Foi por essa razão que Jesus ensinava tanto: “Ninguém pode vir a mim se o Pai não o trouxer”, “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim”, “Não há quem entenda, não há quem busque a Deus”. Em toda a história da salvação sempre se disse do pecador: “E não quereis vir a mim para terdes vida”. Querer a salvação não pertence ao pecador, mas apenas rejeitar. Isso prova a condição de escravidão da sua vontade. Quando o convite à salvação foi feito, todos os convidados, à uma, apresentaram desculpas e não foram à grande ceia. Suas desculpas foram todas mentirosas, cheias de subterfúgios, de desprezo. Os convidados trocaram o reino de Deus por propriedades, por trabalho, por festas. Ninguém busca a salvação e, em sendo convidado, ninguém comparece.
Da mesma forma que a natureza do cão é latir, morder, que a natureza do urubu é gostar de carne podre, que a natureza da serpente é ser venenosa, a natureza do pecador é pecar. O homem peca de forma natural, sem ter aprendido, sem ser forçado. O pecador peca porque gosta de pecar. Ele ama o pecado. Por isso que a sua vontade jamais poderá abandonar o pecado para fazer a vontade de Deus, vivendo separada do pecado. Por isso a escritura utiliza palavras fortes para designar a vinda de um pecador ao reino: “trazer” (Lc 14.21), “obrigar” (Lc 14.23), “arrastar” (Jo 6.44). Sucede assim porque o pecador recebe outra natureza, pela qual servirá a Deus. Depois disso, ele se dirige a Deus voluntariamente (Sl 110.3), pois a vontade do Senhor prevaleceu e o seu poder o atingiu.
Sermão do dia 17/05/2011, baseado em Lucas 14:15-24
Nenhum comentário:
Postar um comentário