terça-feira, 27 de maio de 2025

A Soberania de Cristo na Sua Traição - 25/05/2025

     Sermão do Pr. Edson Azevedo, proferido do púlpito da Igreja Batista da Graça em Caruaru - PE, no culto solene do domingo, Dia do Senhor, 25/05/2025.

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A SOBERANIA DE CRISTO NA SUA TRAIÇÃO

Introdução
     A traição é uma das experiências mais dolorosas e pode ocorrer em diferentes áreas da vida. Mas nenhuma é tão grave quanto trair Cristo. Judas, um dos doze apóstolos, consumou sua traição diante do próprio Senhor, provando que nada está oculto aos olhos do Soberano. Jesus não foi surpreendido; Ele permitiu que a traição ocorresse dentro do plano divino.
     Este episódio nos ensina lições fundamentais que nos levam a refletir se, de alguma forma, também estamos traindo Jesus hoje.

1) Ele permitiu a consumação da traição (Mateus 26:47-50)
     Mesmo em profunda agonia no Getsêmani, Jesus percebeu a chegada de Judas e da multidão armada. Ele não fugiu, mas se apresentou diante deles, demonstrando sua soberania.
     A traição ocorreu em um lugar ermo, longe das multidões que costumavam honrá-lo. Judas, guiado por sua cobiça, escolheu um sinal para identificá-lo—um beijo—gesto que deveria simbolizar respeito, mas se tornou símbolo de falsidade.
     Mesmo diante do engano, Jesus permaneceu no controle. Ele sabia o que aconteceria e, sem resistência, permitiu que os soldados o prendessem. Sua entrega não foi fraqueza, mas obediência ao plano do Pai.

2) Ele reagiu à prisão de maneira diferente do homem (Mateus 26:51-54)
     Pedro, tomado pelo impulso, sacou sua espada e feriu um servo do sumo sacerdote. Ele não compreendia que a luta ali era espiritual, não física. Jesus, por sua vez, repreendeu Pedro e curou o ferido.
     Cristo demonstrou que poderia clamar ao Pai e receber milhares de anjos para defendê-lo, mas escolheu cumprir as Escrituras. Sua reação foi marcada pela serenidade e pela submissão ao plano divino.
     Isso nos ensina que a defesa do evangelho não ocorre pela força humana, mas pela confiança na soberania de Deus.

3) Ele cumpriu a profecia na sua traição (Mateus 26:55-56)
     Jesus revela que sua prisão não foi um golpe do Sinédrio ou de Judas, mas o cumprimento das Escrituras. Os líderes religiosos não conseguiram prendê-lo antes porque não era o tempo determinado por Deus.
     Agora, ao ser capturado, Jesus declara que tudo ocorre conforme previsto pelos profetas. Após sua prisão, os discípulos fugiram, cumprindo também a profecia de Zacarias 13:7.
     A fidelidade da Escritura se manifesta plenamente—nada acontece fora do plano soberano de Deus.

Conclusão – O Cristo soberano ainda enfrenta traições
     Este não é apenas um relato histórico, mas um chamado à fidelidade. Como Judas, muitos ainda trocam Cristo por conveniência. Como Pedro, muitos ainda tentam resolver questões espirituais com força humana. Como os discípulos, muitos ainda fogem quando a fé exige sacrifício.
     Mas Cristo, que foi traído, ainda cura feridos. Ainda oferece graça. Ainda é soberano.
     Não negocie sua fé. Não troque Cristo por dinheiro, prazer ou conforto. Ele se entregou para que você fosse livre.
     Declare: "Senhor, Tu és o meu Rei soberano, o meu Salvador infalível." 
     Amém.

 

terça-feira, 20 de maio de 2025

Qual é a Sua Aversão Pelo Pecado? 18/05/2025

     Sermão do Pr. Edson Azevedo, baseado em Mateus 26:36-46, proferido do púlpito da Igreja Batista da Graça em Caruaru - PE, no culto solene do domingo, Dia do Senhor, 18/05/2025.

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Qual  Sua Aversão Pelo Pecado? Mt.26:36-46

Pr. Edson Azevedo, dia 18/05/2025, Igreja Batista da Graça em Caruaru - PE

INTRODUÇÃO

A atitude de uma pessoa em relação ao pecado está diretamente ligada à sua condição espiritual. O pecador não convertido, por não conhecer e não praticar a lei de Deus, não desenvolve sensibilidade ao pecado, e, por isso, sua aversão a ele é praticamente inexistente.

Por outro lado, o pecador convertido experimenta uma crescente sensibilidade ao pecado, o que resulta em uma aversão cada vez maior. À medida que se aperfeiçoa na lei de Deus, essa sensibilidade se intensifica, fortalecendo sua rejeição ao pecado.

Diante dessa realidade, podemos afirmar que Jesus possuía uma aversão absoluta ao pecado, pois Ele é totalmente santo. Em contraste, o pecador não convertido, por estar distante da verdade divina, não manifesta qualquer aversão ao pecado.

CONTEXTO

Na noite de quinta-feira, Jesus deixou Jerusalém e seguiu para o monte das Oliveiras, onde seria preso. Antes que o traidor chegasse com a escolta, Ele instruiu os apóstolos a permanecerem assentados em determinado local, enquanto se afastava para orar. Para acompanhá-Lo nessa tarefa, chamou Pedro, Tiago e João, que testemunhariam os acontecimentos marcantes daquela noite.

Foi ali, no jardim do Getsêmani, que se revelou, de forma incontestável, a total aversão de Jesus ao pecado. Ao mesmo tempo, tornou-se evidente a apatia e insensibilidade dos discípulos diante dele. Os três que seguiram com Jesus representavam não apenas os demais discípulos, mas também os crentes em geral—lentos, relapsos e negligentes, tanto na oração quanto na vigilância. Essa falta de sensibilidade e aversão ao pecado se manifesta até hoje na vida daqueles que, apesar de conhecerem a verdade, ainda convivem pacificamente com o inimigo que os conduz à derrota espiritual.

O texto destaca essa realidade com clareza: nossa condescendência com o pecado é a raiz de nossas derrotas, dificuldades e fracassos espirituais.

Sob o título "Qual é a sua aversão pelo pecado?", exploraremos dois aspectos fundamentais que demonstram como Jesus e nós estamos em posições completamente opostas quando se trata de rejeitar o pecado.

1) A total aversão de Jesus pelo pecado (Mateus 26.36-39, 42, 44)

O texto bíblico revela três aspectos fundamentais que demonstram a rejeição absoluta de Jesus ao pecado:

1.1 – Sua profunda tristeza

Ao chegar ao Monte das Oliveiras, no jardim do Getsêmani, Jesus se afasta dos apóstolos e leva consigo Pedro, Tiago e João. Ali, uma intensa tristeza e angústia tomam conta Dele. Mas qual seria a causa dessa aflição? Seria o abandono dos discípulos, a traição de Pedro, o julgamento do Sinédrio, ou mesmo a crucificação?

A resposta é clara: Jesus não teme o sofrimento físico ou a humilhação. O motivo de sua tristeza extrema é a iminência de carregar sobre si a culpa do pecado, algo absolutamente contrário à sua santidade. A aversão de Jesus ao pecado é tão intensa que sua alma experimenta angústia profunda, revelando o peso dessa realidade.

1.2 – Seu desabafo e cuidado com a igreja

No versículo 38, Jesus abre o coração aos discípulos, expressando uma tristeza tão avassaladora que poderia levá-Lo à morte. Ele, então, exorta seus apóstolos com a frase: "Ficai aqui e vigiai comigo."

Essa vigilância não se trata de montar guarda contra possíveis inimigos externos, mas sim de permanecer desperto, atento ao significado do que está prestes a acontecer. Jesus deseja que os discípulos compreendam a gravidade daquele momento e a dimensão de sua aflição—para que, mais tarde, possam edificar a igreja e transmitir a verdade sobre sua santidade e sacrifício.

Mesmo tomado por uma tristeza de morte, Jesus demonstra seu compromisso inabalável com a instrução e edificação dos que o seguirão. Pedro e João, posteriormente, registram essa realidade em suas epístolas (1 Pedro 2.22, 24a; 3.18; 1 João 3.5), evidenciando que, ainda que não tenham compreendido plenamente naquele instante, foram profundamente impactados por essa lição.

1.3 – Sua oração perseverante

Diante da dor extrema, Jesus encontra na oração sua fortaleza. Ele se prostra com o rosto em terra e clama ao Pai: "Meu Pai, se for possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres."

O cálice ao qual Ele se refere não é o sofrimento físico, pois Jesus, sendo o Servo sofredor profetizado em Isaías 53.3, não teme a morte. Sua real aflição decorre da santidade absoluta que Ele possui e da inevitabilidade de receber sobre si a culpa pelo pecado. O temor não é de padecer, mas sim de assumir a condição de condenado, carregando as transgressões do mundo.

Mesmo assim, em plena submissão, Ele persevera em oração. Na segunda súplica, já resignado, Ele declara: "Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade."

Essa oração reflete sua entrega completa à missão redentora. Desde os tempos eternos, Jesus já havia declarado sua disposição de cumprir a vontade do Pai: "Eis-me aqui, para fazer, ó Deus, a tua vontade; dentro do meu coração está a tua lei." (Salmos 40.7-8). Assim, sua oração perseverante confirma sua total aversão ao pecado e sua decisão firme de consumar a obra da redenção.

O que acha desta versão? Caso precise de ajustes, posso adaptá-la! Podemos seguir para o próximo ponto quando desejar.

APLICAÇÃO

Diante da intensa aversão de Jesus pelo pecado, você conseguiu enxergar a profundidade dessa realidade?

  • Agora faz sentido o clamor dos serafins diante do trono: “Santo, santo, santo” (Isaías 6.3). A santidade de Jesus é absoluta e inabalável!
  • Você percebeu o peso esmagador da tristeza e da angústia que Ele sentiu no Getsêmani? Não era o medo da morte, mas o horror de carregar sobre si a culpa do pecado.
  • Acompanhou sua oração perseverante, sua busca incansável por força no Pai?
  • Enxergou que sua santidade estava prestes a ser marcada pela culpa do seu povo?
  • Compreendeu que Jesus tinha total repugnância ao pecado, não apenas aos grandes, mas a qualquer desvio, por menor que fosse?
  • Os apóstolos não entenderam naquele momento. Mas e você? Consegue ver agora a dimensão da sua santidade e da sua aversão ao pecado?

Se essa verdade impactou seu coração, então estamos prontos para seguir para a segunda lição. Vamos prosseguir?

2) A total apatia dos discípulos pelo pecado (Mateus 26.37-38, 40-41, 43-45a)

Enquanto Jesus demonstrava total rejeição ao pecado, seus discípulos, em contraste, eram apáticos. Conviviam com o pecado de forma pacífica, indiferente, sem enxergar seu perigo ou mal. A apatia espiritual os tornava insensíveis, incapazes de perceber o que realmente acontecia ao redor deles. O texto nos revela três aspectos que evidenciam essa postura negligente:

2.1 – Os crentes precisam ser chamados à vigilância

Nos versículos 37 e 38, Jesus leva consigo Pedro, Tiago e João ao Getsêmani e ordena que vigiem com Ele. Durante toda a semana, Ele havia saturado a mente dos discípulos com ensinamentos sobre sua morte iminente, mas eles permaneciam desatentos.

Mesmo diante da aflição de Jesus, seu distanciamento para orar, e da ordem clara para vigiar, os discípulos não compreendem a gravidade do momento. Em plena batalha espiritual, em vez de permanecerem atentos, adormecem.

Jesus deseja que eles percebam sua angústia extrema e entendam que o pecado é catastrófico, devastador, destruidor. A vigilância serviria para despertar essa consciência neles, para que crescessem e compreendessem que, se o pecado era horroroso para Jesus, deveria ser igualmente repugnante para eles. Mas eles permanecem indiferentes.

2.2 – Os crentes dormem em serviço e precisam de repreensão

No versículo 40, Jesus termina sua oração e encontra os discípulos dormindo. O cansaço e o sono eram naturais naquela hora avançada da noite, mas a indolência e a falta de percepção os impediam de reagir ao chamado.

Quando nos concentramos em algo verdadeiramente importante, o sono não nos domina. Mães velando filhos doentes, trabalhadores em turnos prolongados—todos se mantêm atentos apesar do cansaço. No entanto, aqueles três discípulos, chamados para vigiar, simplesmente adormeceram no momento mais crucial.

Jesus, ao vê-los nessa condição, dirige-se especialmente a Pedro. Ele, que momentos antes havia afirmado que jamais se escandalizaria ou negaria o Mestre, agora sequer conseguia manter-se acordado. A repreensão de Jesus mostra a fragilidade da confiança própria e revela que a fidelidade só pode ser sustentada pela graça de Deus.

No versículo 41, Ele ordena que vigiem e orem. A vigilância permite discernir o pecado e seus perigos, enquanto a oração fortalece para resistir às tentações. Sem essas práticas contínuas, os crentes permanecem vulneráveis, cedendo às pressões e sofrendo as consequências espirituais.

2.3 – Os crentes não atendem às advertências e sofrem o dano

Nos versículos 43 a 45, vemos a progressão da negligência dos discípulos. Após a primeira oração, Jesus os acorda e os repreende. Ele ora pela segunda vez e, ao retornar, os encontra dormindo novamente, mas dessa vez não os desperta. Finalmente, depois da terceira oração, Ele os encontra no mesmo estado—indiferentes, sem percepção do que estava prestes a ocorrer.

Lucas registra que a agonia de Jesus foi tão intensa que Deus enviou um anjo para confortá-lo (Lucas 22.43-44). Seu suor tornou-se como gotas de sangue caindo na terra, revelando o peso extremo da culpa do pecado que Ele estava prestes a carregar.

Enquanto Jesus clama, persevera e é fortalecido pelo Pai, os discípulos permanecem inertes. Quando a batalha termina, Ele sai do jardim preparado para cumprir sua missão, mas os discípulos permanecem espiritualmente fracos e despreparados para os desafios que virão.

A frase final de Jesus antes de deixarem o Getsêmani é impactante: “Vocês ainda estão dormindo?” (Mateus 26.45a). Ele os confronta com sua indolência, sua resistência ao despertar para a realidade espiritual. Apesar das advertências, permaneceram apáticos ao pecado e, por isso, sofreriam os prejuízos dessa insensibilidade.

CONCLUSÃO:

Jesus enfrentou uma angústia indescritível. Seu suor se tornou como gotas de sangue, sua alma gemeu em tristeza de morte, e Ele sentiu o peso do inferno sobre si—não por seus próprios pecados, mas pelos nossos. Sua dor foi o impacto avassalador da santidade absoluta se confrontando com a culpa de toda a humanidade. Enquanto Ele agonizava pela proximidade dos horrores do pecado, seus discípulos dormiam.

E você? Quantas vezes também adormece espiritualmente?

  • Permanece indiferente enquanto o pecado se espalha em sua vida, em sua casa, na igreja, no mundo?
  • Se acomoda quando deveria estar vigiando, orando, lutando?

Jesus não dormiu. Mesmo sendo o peso físico sobre Ele igual ou maior que o dos outros, sua aversão total ao pecado o levou a perseverar em oração até se submeter completamente ao Pai.

E quanto a você? Qual é sua aversão pelo pecado?

  • Você o tolera? Você se acostumou com ele?
  • Ou, como um verdadeiro convertido, sente o Espírito de Cristo dentro de si—aquele que odeia o pecado e clama por santidade?
  • Na sua luta contra o pecado, você tem resistido até o sangue (Hebreus 12.4)? Ou apenas lamenta e não combate?

Chega de desculpas. Chega de indolência. É hora de despertar!
Acorde para orar. Acorde para vigiar. Acorde para lutar.

Enquanto os que dormem permanecem derrotados, Cristo já se levantou!
Ele se ergueu do Getsêmani, caminhou até a cruz, bebeu até a última gota do cálice da ira de Deus—e venceu!

Agora Ele lhe pergunta:
"Você vai continuar dormindo, ou vai se levantar e me seguir?"

Tome sua cruz e siga-O. Agora. Sem hesitar.

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! Amém.