quarta-feira, 8 de outubro de 2025

A Tríplice Reação de Pessoas Diante da Morte de Jesus - 24/08/2025

Três Reações Diante do Cristo Morto (Mt.27:57-61)

    A morte de Jesus não foi apenas um evento histórico — foi um momento de revelação. Diante do corpo crucificado do Salvador, cada pessoa teve que decidir como reagir. Mateus 27.57–61 nos apresenta três figuras que, com suas atitudes, revelam o coração humano diante da cruz.

    1. José de Arimateia — Fé que floresce na escuridão. Um discípulo silencioso que, no momento mais sombrio, se levanta com coragem. José oferece o melhor que tem: seu túmulo, seu tempo, sua honra. A dor não o paralisou — ela o despertou.

    2. Pilatos — Empatia que não salva. Pilatos reconhece a inocência de Jesus, tenta defendê-lo, mas não se compromete. Sua simpatia é superficial. Ele lava as mãos, mas não limpa o coração. Estar perto da verdade sem abraçá-la é uma tragédia espiritual.

    3. As Marias — Amor que permanece até o fim. Duas mulheres simples, sentadas diante do túmulo, firmes, visíveis, fiéis. Elas não fugiram. Não se calaram. Seu amor silencioso foi mais eloquente que mil palavras — e Deus as honrou com a visão da ressurreição.

Conclusão

    Diante da cruz, ninguém permanece neutro. Ou nos rendemos com fé e amor, ou nos afastamos com empatia vazia. A pergunta que ecoa é: qual dessas reações você tem manifestado diante de Cristo? Que nossa resposta seja como a de José e das Marias — corajosa, pública, perseverante. Porque a cruz exige mais do que admiração: exige entrega.
Pr. Edson Azevedo
Igreja Batista da Graça em Caruaru/PE
Domingo, Dia do Senhor, 24/08/2025


terça-feira, 7 de outubro de 2025

O Suplício do Rei dos Reis (4ª Parte) - A Incomum Morte de Cristo - 10/08/2025

"A Incomum Morte de Cristo" (Mt.27:45-56)

     Ao longo da história, algumas mortes foram marcadas por eventos incomuns — como o defunto que reviveu ao tocar os ossos de Eliseu (2Rs 13), o juízo sobre Ananias e Safira (At 5), e a morte de Herodes, comido por vermes (At 12). Mas nenhuma morte foi tão extraordinária quanto a de Jesus Cristo. Sua crucificação foi acompanhada por sinais sobrenaturais, reações humanas profundas e uma obra espiritual eterna.

1) O Extraordinário Cenário da Morte de Cristo (v.45–50)

     Trevas sobre a terra: Das 12h às 15h, o sol se apagou. Não foi eclipse, mas juízo divino. Jesus, a luz do mundo, estava coberto pelo pecado do seu povo.
     O grito do abandono: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Um brado ensurdecedor, fruto da dor espiritual de carregar a culpa da humanidade.
     A sede do inferno: “Tenho sede.” Jesus experimenta os tormentos eternos, como o rico em Lucas 16, ao tomar sobre si a condenação do pecado.
     A entrega do espírito: Jesus morre com soberania, consciente, e em vitória: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.”

2) Os Sinais Incomuns na Morte de Cristo (v.51–53)

     No templo: O véu se rasga de alto a baixo. O acesso ao Santo dos Santos é aberto. Jesus é o novo e vivo caminho.
     Na criação: A terra treme, rochas se fendem. A natureza protesta e celebra o início da redenção.
     No cemitério: Sepulcros se abrem. Santos ressuscitam após a ressurreição de Cristo, antecipando a glória futura.

3) Reações Notáveis na Morte de Cristo (v.54–56)

      O centurião e os soldados: Impactados pelos sinais e pela dignidade de Jesus, confessam: “Verdadeiramente este era Filho de Deus.”
     As mulheres fiéis: Observam de longe, contemplando com gratidão a obra de Cristo. Serviram com seus bens e permaneceram até o fim.

Conclusão

     Nada em Cristo foi comum — nem sua morte. O céu escureceu, a terra tremeu, o véu se rasgou, túmulos se abriram, e corações se renderam. Mas o maior milagre foi espiritual: o pecado foi julgado, a culpa foi paga, a justiça satisfeita, e a salvação garantida.
     A pergunta que ecoa não é: “O que mais aconteceu naquela tarde?” Mas sim: “O que você fará com essa morte incomum?”
Pr. Edson Azevedo
Igreja Batista da Graça em Caruaru/PE
Domingo, Dia do Senhor, 10/08/2025

O Suplício do Rei dos Reis (3ª Parte) - O Paradoxo da Cruz - 03/08/2025

"O Paradoxo da Cruz"
(Mt.27:33-44)
     A cruz é o maior paradoxo da história: instrumento de dor, vergonha e morte que se tornou símbolo de vida, glória e esperança. Em Mateus 27, somos levados ao Gólgota, onde o Santo é crucificado entre pecadores, e o Rei dos reis sofre nas mãos daqueles que Ele veio salvar. Ali, vemos o contraste entre o céu e a terra, entre a justiça divina e a zombaria humana — entre amor e escárnio.
1) O Santo na Cruz
     Cristo, o Cordeiro sem mácula, é levado ao Gólgota — o “Lugar da Caveira” — um nome sombrio, adequado ao cenário trágico da crucificação. Nesse lugar de morte, Ele se entrega voluntariamente para que nós tivéssemos vida.
     Ao recusá-lo a beber o vinho misturado com fel, Jesus rejeita qualquer anestésico para a dor, aceitando plenamente o sofrimento físico e espiritual necessário para cumprir a justiça divina. Não houve atalho para o Salvador. Ele carregou, consciente, o peso dos nossos pecados.
     Pregado no madeiro, sem resistência, sua dor vai além do físico: era moral, espiritual, substitutiva. A vergonha pública foi ampliada ao terem suas vestes rasgadas e sorteadas, expondo seu corpo e desonrando sua dignidade — mas sem tirar sua realeza. Ironicamente, a inscrição acima da cruz dizia “Este é Jesus, o Rei dos Judeus” — zombaria dos homens, mas verdadeira profecia sobre sua identidade eterna.
     Ao lado, dois ladrões compartilham a cruz, mas não o mesmo destino. Um permanece endurecido; o outro se rende. Aqui aprendemos que estar perto da cruz não significa estar perto de Cristo. Só há redenção quando há arrependimento e fé.
2) Os Pecadores no Escárnio
     O ambiente que cerca Jesus é de zombaria. Os passantes o insultam, ignorantes do valor daquele momento. Muitos haviam visto seus milagres, escutado seus ensinos, mas agora repetem frases distorcidas com indiferença.
     Líderes religiosos, que deveriam reconhecer o cumprimento das profecias, o ridicularizam. Escarnecem de sua autoridade, negam sua divindade, e o desafiam a descer da cruz — como se o poder de Deus precisasse provar-se pela força. O maior milagre não seria descer da cruz, mas permanecer nela por amor.
     Até os ladrões o insultam, mostrando que a dor humana não é suficiente para quebrantar o coração. Só a intervenção de Deus pode gerar arrependimento — como ocorreu com o ladrão arrependido, conforme relatado em outro evangelho.
Conclusão
     Na cruz, Deus inverteu os papéis:
      * O inocente foi condenado para que o culpado fosse absolvido.
      * O Rei foi coroado com espinhos para que recebêssemos a coroa da vida.
      * A cruz, símbolo de derrota, se tornou trono de glória.
     Hoje, somos convidados não apenas a contemplar o Cristo crucificado, mas a responder com fé. Que não sejamos como os que estavam perto da cruz, mas longe do Salvador. “A cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus.” (1Co.1:18)
Pr. Edson Azevedo
Igreja Batista da Graça em Caruaru/PE
Domingo, dia do Senhor, 03/08/2025

quinta-feira, 24 de julho de 2025

O Suplício do Rei dos reis - 2ª Parte

O SUPLÍCIO DO REI DOS REIS - Mateus 27:31b-32 (2ª. Parte)
(Seguindo a Jesus de Modo Inútil)
Igreja Batista da Graça em Caruaru/PE – Pr Edson Azevedo
Domingo, dia do Senhor, 20 de julho de 2025    

    Embora muitos se declarem cristãos, isso não significa que sigam a Cristo de modo legítimo. Há uma diferença crucial entre conhecer o nome de Jesus e segui-lo verdadeiramente. Com base em Mateus 27.31b-32, o sermão do Pr. Edson Azevedo alerta que muitos seguem Jesus de forma inútil, ou seja, de maneira infrutífera e enganosa.

 1. Seguir a Jesus por acaso

    Simão de Cirene é forçado a carregar a cruz de Jesus quando passava casualmente pelo local. Embora parecesse estar seguindo a Cristo, ele não o fazia por fé, mas por circunstância. Isso representa aqueles que estão na igreja por conveniências sociais ou emocionais, sem conversão real ou compromisso com o Evangelho.

    Lição: Seguir a Jesus sem conhecê-lo leva a uma fé vazia. Não basta parecer crente — é preciso ter a cruz da renúncia e um relacionamento genuíno com o Senhor.

2. Seguir a Jesus por obrigação

    Simão não apenas foi pego por acaso, mas também foi obrigado a levar a cruz. Isso retrata aqueles que frequentam a igreja por pressão de terceiros — pais, cônjuges, amigos — sem desejo real de obedecer a Cristo.

    Lição: O verdadeiro discipulado é voluntário e motivado por um coração transformado. Deus não aceita seguidores forçados ou de má vontade.

3. Conduzir Jesus por maldade     

    Os soldados levaram Jesus até a cruz, como se estivessem no controle. Essa atitude absurda revela a arrogância humana que tenta ditar o que Jesus deve fazer. Representa os que tentam usar Jesus para seus próprios propósitos, como se Ele devesse seguir suas vontades.

    Lição: Não somos nós que conduzimos a Cristo — é Ele quem deve nos conduzir. O Evangelho não se molda aos nossos desejos.

Conclusão:

    Você está seguindo Jesus de forma legítima — ou de forma inútil?

    Segui-lo por acaso, por obrigação ou com arrogância é tão inútil quanto perigoso. A verdadeira caminhada com Cristo exige arrependimento, fé e renúncia de si mesmo. Só assim é possível seguir o Rei dos reis de forma verdadeira e salvadora.

    Que o Espírito Santo leve cada um à autêntica fé em Jesus, evitando o engano de um seguimento sem fruto.

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Pr. Edson Azevedo

O Suplício do Rei dos reis - 1ª Parte - 13/07/2025

O SUPLÍCIO DO REI DOS REIS - Mateus 27.27-31 (1ª. Parte)
Igreja Batista da Graça em Caruaru/PE – Pr Edson Azevedo
Domingo, dia do Senhor, 13 de julho de 2025

    Os sofrimentos de Jesus foram graduais, aumentando a cada etapa desde a sua prisão. Foram muitas humilhações, maus tratos, torturas psicológicas e físicas.
    Jesus suportou tudo sem reclamar, sem se irar, sem sentir desejo por vingança. Ele se submeteu voluntariamente a todo esse suplício, porque resolveu sorver até à última gota, todo o cálice da ira de Deus destinado aos que haveriam de se salvar.
    Os seus sofrimentos foram em sessões de terror, em dores lancinantes, e na cruz ele sofreu as dores de mil mortes – como se dizia acerca dos crucificados.
    Isso tudo requer total dedicação, da parte dos que se salvam, como resposta mínima a tudo quanto Cristo se submeteu por nós, porque todo o sofrimento que ele sofreu era nosso, e ele levou sobre si. Então, responda com gratidão e com responsabilidade, empenhando todas as suas forças em dedicação a Cristo, hoje.

Pr. Edson Azevedo

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O Que Acontece Quando Cristo Não é a Sua Prioridade - 29/06/2025

    Sermão do Pr. Edson Azevedo, baseado em Mateus 27:11-26, proferido do púlpito da Igreja Batista da Graça em Caruaru/PE, no culto solene do domingo, Dia do Senhor, 29/06/2025.

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O que acontece quando Cristo não é sua prioridade?

    Vivemos em torno das nossas prioridades. Tudo o que as ameaça, tendemos a eliminar. Se Cristo for o centro da nossa vida, nada poderá sobrepujá-Lo. Mas se Ele não for, podemos até rejeitá-Lo quando entra em conflito com nossos interesses.
    Mateus 27:11–26 nos mostra que não é preciso odiar Jesus para negá-Lo — basta não colocá-Lo como prioridade.

1. A pessoa reconhece a inocência de Cristo, mas não fica do lado Dele 
(Mt 27:11-14,18-19)
    Pilatos viu em Jesus alguém justo e sereno, muito diferente da imagem que os líderes religiosos tentavam pintar. Recebeu inclusive uma advertência sobrenatural por meio de um sonho da esposa. Mesmo assim, calou-se e se omitiu: 
    “Estou inocente do sangue deste justo…” (Mt 27:24).
    Mas o silêncio diante da verdade é também uma forma de negá-la.

2. A pessoa tenta servir a Cristo e a outros 
(Mt 27:15–17, 20–23)
    Pilatos queria libertar Jesus, mas também agradar os judeus. Tentou uma solução política oferecendo Barrabás — um criminoso perigoso — como alternativa. O povo, manipulado, escolheu o malfeitor.
    “Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo?”
    “Crucifique-o!” (Mt 27:22)
    Servir a dois senhores sempre termina em traição contra Deus.

3. A pessoa é capaz de entregá-Lo à morte 
(Mt 27:24–26)
    A pressão aumentou e Pilatos, visando manter seu cargo e prestígio, cedeu. Lavou as mãos e entregou Jesus à morte. Optou por conforto pessoal e status político em vez da verdade divina.
    “O sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos.” (Mt 27:25)
    E o resultado de desprezar a verdade é juízo.

Conclusão
    Pilatos não odiava Jesus — apenas amava mais a si mesmo.
    A cruz foi consequência da omissão, da covardia e da idolatria.
    Você pode frequentar uma igreja e até simpatizar com Cristo, mas se Ele não for sua prioridade, você o nega.
    “O que farei, então, de Jesus, chamado Cristo?” (Mt 27:22)
    Essa pergunta ainda ecoa.
    Lavará as mãos? Ou erguerá as mãos e dirá: “Estou com Ele”?
     Se tiver ouvidos para ouvir… ouça. 
Pr. Edson Azevedo


O Encontro do Remorso e da Hipocrisia Com a Verdade - 22/06/2025

    Sermão do Pr. Edson Azevedo, baseado em Mateus 27:3-9, proferido do púlpito da Igreja Batista da Graça em Caruaru - PE, no culto solene do domingo, Dia do Senhor, 22/06/2025.

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O Encontro do Remorso e da Hipocrisia com a Verdade
Mateus 27:3-9

Introdução
     Imagine alguém que nunca viu seu reflexo e acredita ser belo, apenas pelo tato no próprio rosto. Um dia, se vê diante de um espelho e percebe que a imagem não era como imaginava — o problema não era o espelho, mas sua percepção. Assim é o ser humano: o pecado nos cega, e só a Verdade — a Palavra de Deus — revela quem realmente somos.

Desenvolvimento
     Judas, ao perceber que Jesus fora condenado, foi consumido pelo remorso. Devolveu as trinta moedas e declarou: “Pequei, traindo sangue inocente.” Mas, em vez de buscar perdão em Cristo, procurou os sacerdotes, que o ignoraram. O remorso, sem arrependimento e sem a graça, o levou ao desespero e à morte.

     Já os sacerdotes recusaram o dinheiro devolvido, dizendo ser “preço de sangue”. Mostraram zelo aparente pela lei, mas ignoraram o essencial: haviam condenado o próprio Filho de Deus. Hipocrisia é isso — parecer santo por fora, enquanto se vive injustiça por dentro. O dinheiro foi usado para comprar o “campo do oleiro”, que passou a ser chamado de Campo de Sangue — testemunho silencioso da culpa e da verdade que os perseguiria.

Conclusão
     Esse texto nos confronta: sentimos apenas culpa ou buscamos o verdadeiro arrependimento? Estamos mascarando nossos pecados com religiosidade ou nos rendendo à graça de Cristo?

     A diferença entre Judas e Pedro não está no erro cometido, mas em onde cada um levou sua dor. Judas buscou os homens. Pedro chorou diante do olhar de Jesus — e foi restaurado.

Corra para Cristo.
     Só Ele pode perdoar, restaurar e transformar. A verdade não precisa ser sua condenação — ela pode ser o caminho para sua libertação.

 Pr. Edson Azevedo

Cuidado Para Não Terminar a Vida Cristã de Forma Desatrosa - 15/06/2025

 Sermão do Pr. Edson Azevedo, baseado em Mateus 27:1-2, proferido do púlpito da Igreja Batista da Graça em Caruaru - PE, no culto solene do domingo, Dia do Senhor, 15/06/2025.

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Cuidado!!!
     Nem sempre o início determina o fim. Assim como alguém pode começar sua formação com brilho e terminar reprovado, também é possível iniciar a vida cristã com fervor e terminá-la de forma trágica. Essa é a história dos sacerdotes de Israel: homens eleitos e consagrados, que terminaram amarrando e entregando o próprio Cordeiro de Deus.

1. Começando Bem: O Zelo dos Sacerdotes no Início
     O sacerdócio israelita começou com reverência. Os sacerdotes tinham grande responsabilidade diante de Deus: oferecer sacrifícios, preservar o culto, ensinar a lei, guardar os símbolos que apontavam para o Messias. Agiam com exatidão e santidade. Eram figuras de Cristo. O ministério começou com temor, zelo e fidelidade.

2. Terminando Mal: A Decadência Espiritual do Sacerdócio
     Com o tempo, o zelo deu lugar à ganância. Os sacerdotes corromperam o altar, comercializaram o templo e se tornaram cúmplices da morte de Cristo. Reunidos no Sinédrio, decidiram matar Jesus e o entregaram a Pilatos. O que deveria ser o ápice do ministério — reconhecer o Messias — tornou-se sua ruína. O sacerdócio, que apontava para o Cordeiro, terminou eliminando o Cordeiro.

Conclusão
     O sacerdócio terminou em tragédia, não por falta de conhecimento, mas por rejeição deliberada. Isso nos alerta: não basta começar bem a fé — é preciso terminá-la com fidelidade. O apóstolo Paulo declarou:
“Combati o bom combate, terminei a carreira, guardei a fé.” (2Tm 4:7)
     Que a nossa história não reflita a dos sacerdotes que mataram o Dono do altar, mas sim o de quem termina a jornada de fé com reverência, dependência e fidelidade ao Cordeiro de Deus. 

Pr. Edson Azevedo 

terça-feira, 10 de junho de 2025

Por Que o Cristão Não Consegue Esconder a Sua Identidade? 08/06/2025

Sermão do Pr. Edson Azevedo, baseado em Mateus 26:69-75, proferido do púlpito da Igreja Batista da Graça em Caruaru - PE, no culto solene do domingo, Dia do Senhor, 08/06/2025.

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Por que o Cristão não consegue esconder a sua identidade?

Pr. Edson Azevedo

Introdução

    Em um mundo onde a espionagem é uma atividade sofisticada — seja em governos, empresas ou relações pessoais —, o sucesso do espião depende de sua habilidade em ocultar intenções e identidades. Mas há um campo onde isso é simplesmente impossível: a vida cristã.

    Nenhum cristão consegue esconder sua identidade por muito tempo. Mesmo diante do desejo de anonimato, o verdadeiro discípulo de Cristo será reconhecido. Há marcas evidentes que o denunciam: sua presença, sua linguagem e seu coração.

    O episódio de Pedro no pátio da casa de Caifás (Mt 26.69–75) ilustra com clareza essa verdade.

1. Porque a Sua Presença o Revela (Mt 26.69–72)

    Pedro buscava anonimato. Misturou-se aos servos no pátio, tentando se passar por mais um curioso. Contudo, sua simples presença o denunciava. Ele havia estado com Jesus publicamente: na entrada triunfal em Jerusalém, nos debates no templo e entre os discípulos.

    Uma criada o reconhece (v.69). Ele nega. Depois, muda de lugar — e é novamente identificado (v.71). Nega outra vez, agora com juramento (v.72). Suas tentativas de esconder a identidade apenas o afundam mais profundamente no pecado.

    "Vós sois a luz do mundo... Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte" (Mt 5.14)

    Assim é o cristão: como uma vela em um quarto escuro, sua luz é visível ainda que tente apagá-la.

    Reflexão: Já tentou esconder sua fé? Sua presença, atitudes e escolhas revelaram sua identidade cristã mesmo assim?

2. Porque o Seu Modo de Falar o Revela (Mt 26.73–74)

    Na terceira abordagem, Pedro é confrontado por um grupo: “Verdadeiramente és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia” (v.73).

    A princípio, o que os denuncia é o sotaque galileu. Mas o texto também carrega um simbolismo: a forma como o cristão fala o denuncia.

    Quem anda com Cristo fala diferente: evita palavras torpes, murmuração, fofocas. Sua fala é temperada com graça (Cl 4.6). Mesmo em erro, há algo no tom e no conteúdo que aponta para Jesus.

    Pedro, tentando negar, acaba pecando ainda mais: pragueja e jura que não conhece o Mestre (v.74). Profana o nome de Deus e amaldiçoa a si mesmo.

    Ilustração: Um jovem em entrevista médica responde "não" a perguntas sobre vícios e promiscuidade. O médico conclui: "Você é crente, né?". A fala o denunciou.

    Aplicação: Seu modo de falar onde você vive, estuda e trabalha revela que você anda com Cristo?

3. Porque o Seu Coração o Revela (Mt 26.75)

    Após a terceira negação, o galo canta. Pedro se lembra das palavras de Jesus, e segundo Lucas, Jesus o olha (Lc 22.61). O coração de Pedro se quebra.

    A memória da Palavra e o olhar do Senhor despertam nele arrependimento profundo, evidenciado nas lágrimas amargas (v.75). Somente quem pertence a Cristo sente saudade do Senhor e não consegue permanecer na negação.

    "Arrependei-vos... Deus concede arrependimento" (At 5.31)

    Pedro não suportou o olhar do Senhor. Seu coração não lhe pertencia, mas era de Cristo.

    Reflexão: O filho pródigo tentou viver longe, mas no íntimo sabia que só encontraria descanso nos braços do pai. Assim é o cristão regenerado.

Conclusão

    Pedro tentou esconder sua identidade cristã, mas foi traído por três evidências incontornáveis:

·         Sua presença, pois quem andou com Jesus carrega marcas visíveis;

·         Seu modo de falar, moldado pelo Espírito;

·         Seu coração, selado pela Palavra e atraído por Cristo.

    Você pode ter falhado como Pedro. Pode ter negado a fé com palavras ou atitudes. Mas Jesus continua olhando para você com misericórdia. A Palavra ainda ecoa. E quando ela o tocar novamente, faça como Pedro: chore, arrependa-se, mas não permaneça caído. Levante-se e assuma com coragem sua identidade de cristão, mesmo que isso lhe custe tudo.

    "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16.24)

    O mundo precisa ver quem você é: alguém que pertence a Jesus e que por Ele vive, prega e, se preciso, morre.