terça-feira, 10 de junho de 2025

Por Que o Cristão Não Consegue Esconder a Sua Identidade? 08/06/2025

Sermão do Pr. Edson Azevedo, baseado em Mateus 26:69-75, proferido do púlpito da Igreja Batista da Graça em Caruaru - PE, no culto solene do domingo, Dia do Senhor, 08/06/2025.

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Por que o Cristão não consegue esconder a sua identidade?

Pr. Edson Azevedo

Introdução

    Em um mundo onde a espionagem é uma atividade sofisticada — seja em governos, empresas ou relações pessoais —, o sucesso do espião depende de sua habilidade em ocultar intenções e identidades. Mas há um campo onde isso é simplesmente impossível: a vida cristã.

    Nenhum cristão consegue esconder sua identidade por muito tempo. Mesmo diante do desejo de anonimato, o verdadeiro discípulo de Cristo será reconhecido. Há marcas evidentes que o denunciam: sua presença, sua linguagem e seu coração.

    O episódio de Pedro no pátio da casa de Caifás (Mt 26.69–75) ilustra com clareza essa verdade.

1. Porque a Sua Presença o Revela (Mt 26.69–72)

    Pedro buscava anonimato. Misturou-se aos servos no pátio, tentando se passar por mais um curioso. Contudo, sua simples presença o denunciava. Ele havia estado com Jesus publicamente: na entrada triunfal em Jerusalém, nos debates no templo e entre os discípulos.

    Uma criada o reconhece (v.69). Ele nega. Depois, muda de lugar — e é novamente identificado (v.71). Nega outra vez, agora com juramento (v.72). Suas tentativas de esconder a identidade apenas o afundam mais profundamente no pecado.

    "Vós sois a luz do mundo... Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte" (Mt 5.14)

    Assim é o cristão: como uma vela em um quarto escuro, sua luz é visível ainda que tente apagá-la.

    Reflexão: Já tentou esconder sua fé? Sua presença, atitudes e escolhas revelaram sua identidade cristã mesmo assim?

2. Porque o Seu Modo de Falar o Revela (Mt 26.73–74)

    Na terceira abordagem, Pedro é confrontado por um grupo: “Verdadeiramente és também um deles, porque o teu modo de falar o denuncia” (v.73).

    A princípio, o que os denuncia é o sotaque galileu. Mas o texto também carrega um simbolismo: a forma como o cristão fala o denuncia.

    Quem anda com Cristo fala diferente: evita palavras torpes, murmuração, fofocas. Sua fala é temperada com graça (Cl 4.6). Mesmo em erro, há algo no tom e no conteúdo que aponta para Jesus.

    Pedro, tentando negar, acaba pecando ainda mais: pragueja e jura que não conhece o Mestre (v.74). Profana o nome de Deus e amaldiçoa a si mesmo.

    Ilustração: Um jovem em entrevista médica responde "não" a perguntas sobre vícios e promiscuidade. O médico conclui: "Você é crente, né?". A fala o denunciou.

    Aplicação: Seu modo de falar onde você vive, estuda e trabalha revela que você anda com Cristo?

3. Porque o Seu Coração o Revela (Mt 26.75)

    Após a terceira negação, o galo canta. Pedro se lembra das palavras de Jesus, e segundo Lucas, Jesus o olha (Lc 22.61). O coração de Pedro se quebra.

    A memória da Palavra e o olhar do Senhor despertam nele arrependimento profundo, evidenciado nas lágrimas amargas (v.75). Somente quem pertence a Cristo sente saudade do Senhor e não consegue permanecer na negação.

    "Arrependei-vos... Deus concede arrependimento" (At 5.31)

    Pedro não suportou o olhar do Senhor. Seu coração não lhe pertencia, mas era de Cristo.

    Reflexão: O filho pródigo tentou viver longe, mas no íntimo sabia que só encontraria descanso nos braços do pai. Assim é o cristão regenerado.

Conclusão

    Pedro tentou esconder sua identidade cristã, mas foi traído por três evidências incontornáveis:

·         Sua presença, pois quem andou com Jesus carrega marcas visíveis;

·         Seu modo de falar, moldado pelo Espírito;

·         Seu coração, selado pela Palavra e atraído por Cristo.

    Você pode ter falhado como Pedro. Pode ter negado a fé com palavras ou atitudes. Mas Jesus continua olhando para você com misericórdia. A Palavra ainda ecoa. E quando ela o tocar novamente, faça como Pedro: chore, arrependa-se, mas não permaneça caído. Levante-se e assuma com coragem sua identidade de cristão, mesmo que isso lhe custe tudo.

    "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16.24)

    O mundo precisa ver quem você é: alguém que pertence a Jesus e que por Ele vive, prega e, se preciso, morre.

O Júri Injusto Contra o Justo - 01/06/2025

     Sermão do Pr. Edson Azevedo, baseado em Mateus 26:57-68, proferido do púlpito da Igreja Batista da Graça em Caruaru - PE, no culto solene do domingo, Dia do Senhor, 01/06/2025.

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O Júri Injusto Contra o Justo

Introdução

     Nos tribunais da antiguidade, o juiz concentrava todos os poderes, decidindo quem seria condenado ou absolvido conforme sua vontade. Mesmo com o avanço do Direito, ainda hoje a justiça é corrompida. O maior exemplo de injustiça foi o julgamento de Cristo, o único verdadeiramente justo, condenado por juízes parciais, sem defesa e com provas falsas.

1 – Juízes Acusadores e Sem Defesa (Mateus 26:57-58)

     O julgamento de Jesus aconteceu na casa do sumo sacerdote, não em um tribunal legítimo. O Sinédrio, que deveria zelar pela justiça, já havia decidido condená-lo antes mesmo da audiência. Nenhuma testemunha de defesa foi apresentada. Pedro seguiu Jesus de longe, temeroso, e os outros discípulos fugiram. Como poderia haver justiça se os próprios juízes eram os acusadores?

2 – Busca de Provas Falsas (Mateus 26:59-63a)

     O Sinédrio procurava testemunhas falsas porque não encontrariam provas legítimas. Mesmo assim, nenhuma acusação era crível. Desesperados, distorceram uma fala de Jesus sobre a ressurreição, tentando usá-la como pretexto para condená-lo. A justiça humana se revelou falha, enquanto o plano divino seguia seu curso.

3 – Condenação por uma Prova Forjada (Mateus 26:63b-66)

     Sem opções, Caifás exigiu que Jesus declarasse se era o Messias. Diante da autoridade religiosa, Ele confirmou: “Tu o disseste.” Essa verdade eterna foi tratada como blasfêmia, e o Sinédrio sentenciou Jesus à morte. Mas Sua profecia se cumpriu: Ele foi exaltado à direita de Deus e será visto por todos quando voltar em glória.

4 – Violência Contra o Condenado (Mateus 26:67-68)

     Após o veredicto, começaram as agressões físicas e psicológicas. Cuspiram em seu rosto, esmurraram e zombaram de sua capacidade profética. Vendando seus olhos, pediam que Ele adivinhasse quem O golpeava. Mas a justiça divina triunfaria sobre a injustiça dos homens.

Conclusão

     O Justo foi condenado para que os injustos pudessem receber perdão.

·         Seu silêncio diante da mentira não foi covardia, mas confiança no plano do Pai.

·         Sua humilhação nos ensina a suportar o sofrimento sem vingança.

·         O tribunal humano operou com maldade, mas o tribunal divino executou a graça.

     Se estivéssemos ali, teríamos defendido Jesus? E hoje, quando Sua verdade é atacada, permanecemos calados por medo de perder status ou amizades?

     Aprenda a sofrer por Cristo sem negá-lo, pois está escrito:

     "Se com ele sofremos, com ele também seremos glorificados." (Romanos 8:17)

     Amém.