Nem toda a
vida será suficiente para alguém se considerar plenamente reformado,
completamente amoldado à doutrina dos apóstolos. Nenhum homem poderá se
considerar plenamente reformado enquanto nesta vida. Nenhuma igreja poderá se
arvorar a condição de ser reformada na sua plenitude. A Reforma nunca para.
Por mais que
alguém avance na Reforma, sempre haverá áreas na vida a serem reformadas. A
igreja de Jerusalém entendia dessa forma, por isso que Lucas escreveu que ela
perseverava na doutrina dos apóstolos. Perseverar na doutrina é se reformar
continuamente, sem cessar, sem parar, sem descansar.
O crente
deve ser aquela pessoa, então, humilde, pronta a reconhecer que muitas áreas da
vida ainda não foram reformadas, transformadas pelo poder do Evangelho, e que
em muitíssimas coisas ainda continuam sob a égide da velha lei – a lei do
pecado – e muitas dessas áreas mascaradas por uma pseudo-transformação, sem, no
entanto, sofrerem aquelas mudanças profundas que a Palavra de Deus produz.
Muitos
reformadores entenderam a necessidade imperiosa dessa transformação contínua,
mas outros mais se retardaram nessa tarefa, e é justamente nesse ponto que
reside o perigo. Uma estagnação da Reforma pessoal ou da igreja provoca
retrocesso, perdas significativas, recuperáveis a um alto custo.
Crenças, que
outrora eram baluartes da fé, hoje são descridas. Práticas, que antes fizeram a
diferença, hoje são contraditadas. E por que? Porque qualquer perda de avanço
na Reforma significa retrocesso obrigatório. A princípio, imperceptível, mas
depois visível, palpável e, por fim, desvio, escândalo.
Os poetas
sacros diziam "quantos que corriam bem já não mais conosco estão". Os
reformadores diziam "reformado sempre reformando". Os apóstolos
diziam "aquele que cuida estar em pé, olhe não caia". O Senhor Jesus
alertava "vigiai e orai para que não entreis em tentação".
A Reforma da
vida é uma batalha pessoal, incessante, diária e incansável. O pecado luta
tenazmente contra nós, querendo nos tragar. A luta é renhida, sem tréguas. Um
vacilo, e grandes perdas se farão sentir.
A Escritura
precisa ser livro de bolso e de bolsa. A oração precisa ser a tempo e fora de
tempo. A comunhão no culto precisa acontecer na saúde e na doença,
principalmente quando a doença é uma doencinha. Ninguém pode prescindir dessas
armas.
Mas, a perseverança
é uma característica dos santos, pois ninguém persevera por decisão pessoal.
Antes, a perseverança é uma das bênçãos da justificação pela fé, que produz paz
com Deus, gloriar-se na esperança da glória de Deus, gloriar-se nas
tribulações, porque é ela que produz perseverança. Se a perseverança é marca do
crente, então "reformado sempre reformando".
Esse sermão
foi proferido pelo Pr. Edson Rosendo, no domingo 24/03/2013, do púlpito da
Primeira Igreja Batista Reformada em Caruaru. Foi baseado em II Cr.15:12-14 e
foi dividido em quatro pontos:
1) Devemos
Aproveitar a Paz Para Fazer Reformas
2) A Nossa Vida
de Obediência Não Significa Ausência de Problemas
3) Reformado
Sempre Reformando
4) Autoconfiança
Pode Destruir a Reforma
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